SUZIGAN,
Wilson. Indústria brasileira: origem e desenvolvimento. Nova edição. São Paulo:
Hucitec, Ed Unicamp, 2000. Cap. 02. Item 2.3.1 “Tendência do investimento na
indústria de transformação” (pp. 82 – 96)
Wilson. Indústria brasileira: origem e desenvolvimento. Nova edição. São Paulo:
Hucitec, Ed Unicamp, 2000. Cap. 02. Item 2.3.1 “Tendência do investimento na
indústria de transformação” (pp. 82 – 96)
Investimentos na indústria de
transformação até o século XIX foram limitados. O Brasil começa aquele século
com essa atividade proibida e é liberada apenas em 1808, porém o desestímulo
continua dados acordos comerciais com a Grã-Bretanha. Só em 1844 foi adotada a
primeira forma de proteção tarifária à indústria, desfavorecida, no entanto,
pelo valor externo na moeda local. Apenas na segunda metade do século com o
progresso econômico em aceleração devido aos preços do café e expansão do
algodão os investimentos aumentaram, mas a produção era restrita a poucos bens
de consumo. Especialmente após 1865 a indústria recebeu mais investimentos.
Suzigan analisa momentos distintos de surtos de investimento e recessões.
transformação até o século XIX foram limitados. O Brasil começa aquele século
com essa atividade proibida e é liberada apenas em 1808, porém o desestímulo
continua dados acordos comerciais com a Grã-Bretanha. Só em 1844 foi adotada a
primeira forma de proteção tarifária à indústria, desfavorecida, no entanto,
pelo valor externo na moeda local. Apenas na segunda metade do século com o
progresso econômico em aceleração devido aos preços do café e expansão do
algodão os investimentos aumentaram, mas a produção era restrita a poucos bens
de consumo. Especialmente após 1865 a indústria recebeu mais investimentos.
Suzigan analisa momentos distintos de surtos de investimento e recessões.
1. A expansão
das exportações de algodão e de café, políticas econômicas expansionistas e
aumento do investimento, 1869-1873: aumento do investimento da indústria
neste período tem relação com a Guerra do Paraguai devido ao financiamento do
conflito a partir de emissão de moeda. Essas políticas aliada ao incentivo
vindo do comércio do café e do algodão aumentaram a demanda agregada. A
política inflacionária geram depreciação do câmbio e proteções que beneficiaram
o produtor focado na demanda interna. Medidas deflacionárias, em 1870, apesar
de reduzirem a proteção, propiciaram importações de maquinários a preços
menores. As décadas de 1860 e 1870 registraram aumento nas pequenas fábricas de
algodão.
das exportações de algodão e de café, políticas econômicas expansionistas e
aumento do investimento, 1869-1873: aumento do investimento da indústria
neste período tem relação com a Guerra do Paraguai devido ao financiamento do
conflito a partir de emissão de moeda. Essas políticas aliada ao incentivo
vindo do comércio do café e do algodão aumentaram a demanda agregada. A
política inflacionária geram depreciação do câmbio e proteções que beneficiaram
o produtor focado na demanda interna. Medidas deflacionárias, em 1870, apesar
de reduzirem a proteção, propiciaram importações de maquinários a preços
menores. As décadas de 1860 e 1870 registraram aumento nas pequenas fábricas de
algodão.
2. Políticas
deflacionárias, estagnação das exportações e declínio do investimento,
1874-1879:
a política deflacionária em curso após a Guerra do Paraguai prejudicou os
investimentos por reduzir os estoques de moeda e provocar declínio no nível
geral de preços, provocando recessão. O período ruim para a indústria contou
ainda com uma crise bancária em 1875, alterações na política comercial com
redução nos direitos de importação e mudanças nas taxas de câmbio que se
valorizaram tornando a competição entre produtos importados e nacionais
desfavoráveis à indústria local.
deflacionárias, estagnação das exportações e declínio do investimento,
1874-1879:
a política deflacionária em curso após a Guerra do Paraguai prejudicou os
investimentos por reduzir os estoques de moeda e provocar declínio no nível
geral de preços, provocando recessão. O período ruim para a indústria contou
ainda com uma crise bancária em 1875, alterações na política comercial com
redução nos direitos de importação e mudanças nas taxas de câmbio que se
valorizaram tornando a competição entre produtos importados e nacionais
desfavoráveis à indústria local.
3. Expansão das
exportações, política monetária expansionista e aumento do investimento,
1880-1895: o
crescimento da renda impulsionado pela expansão das exportações, a construção
de ferrovias e estímulo à imigração aumentou a demanda por produtos
industrializados e a oferta de trabalho. Política monetária e sua expansão do
estoque de moeda e facilidades no crédito promoveram um pico de investimento.
Apesar de aumentos e reduções na proteção dados a oscilações do câmbio e
variações nos preços internos e externos, a indústria têxtil de algodão
registrou aumento substancial. O número de fábricas aumentou, a produção se
diversificou, os investimentos foram modernizados. Além desta, surgiram as
indústrias moageira, da cerveja e de fósforos. A indústria metalmecânicas
expandiu a produção, a de açúcar também começou a se modernizar e iniciaram os
investimentos na indústria de papel e de ferro-gusa.
exportações, política monetária expansionista e aumento do investimento,
1880-1895: o
crescimento da renda impulsionado pela expansão das exportações, a construção
de ferrovias e estímulo à imigração aumentou a demanda por produtos
industrializados e a oferta de trabalho. Política monetária e sua expansão do
estoque de moeda e facilidades no crédito promoveram um pico de investimento.
Apesar de aumentos e reduções na proteção dados a oscilações do câmbio e
variações nos preços internos e externos, a indústria têxtil de algodão
registrou aumento substancial. O número de fábricas aumentou, a produção se
diversificou, os investimentos foram modernizados. Além desta, surgiram as
indústrias moageira, da cerveja e de fósforos. A indústria metalmecânicas
expandiu a produção, a de açúcar também começou a se modernizar e iniciaram os
investimentos na indústria de papel e de ferro-gusa.
4. Crise
cafeeira, políticas deflacionárias e queda do investimento, 1896-1901: crise noo setor
agrícola exportador de café e política de deflação implementada pelo governo
prejudicaram a indústria no período. Apenas a indústria têxtil e de moagem d trigo aumentaram a capacidade de produção.
cafeeira, políticas deflacionárias e queda do investimento, 1896-1901: crise noo setor
agrícola exportador de café e política de deflação implementada pelo governo
prejudicaram a indústria no período. Apenas a indústria têxtil e de moagem d trigo aumentaram a capacidade de produção.
5. Expansão das
exportações, política econômica expansionista e aumento do investimento,
1902-1913:
este é o período de criação do Convênio de Taubaté (1906). As políticas de
valorização, fiscal e monetária, resultou em crescimento de toda a economia,
valorização do câmbio e estabilidade dos preços internos. A consequente
valorização da taxa de câmbio real protegeu a indústria interna: essa
combinação gerou incentivos para os investimentos na indústria de
transformação.
exportações, política econômica expansionista e aumento do investimento,
1902-1913:
este é o período de criação do Convênio de Taubaté (1906). As políticas de
valorização, fiscal e monetária, resultou em crescimento de toda a economia,
valorização do câmbio e estabilidade dos preços internos. A consequente
valorização da taxa de câmbio real protegeu a indústria interna: essa
combinação gerou incentivos para os investimentos na indústria de
transformação.
6. O choque
adverso da Primeira Guerra Mundial e o declínio do investimento, 1914-1918. Os conflitos
internacionais reduziram os investimentos na indústria brasileira, explicados
pela queda das importações de máquinas para o país. Apesar disso, setores como
o de processamento de carne, açúcar e óleo de caroço de algodão receberam
investimentos e suas exportações aumentaram durante a guerra. O papel e outros
produtos cujas produções externa foram prejudicas pela guerra também receberam
investimentos.
adverso da Primeira Guerra Mundial e o declínio do investimento, 1914-1918. Os conflitos
internacionais reduziram os investimentos na indústria brasileira, explicados
pela queda das importações de máquinas para o país. Apesar disso, setores como
o de processamento de carne, açúcar e óleo de caroço de algodão receberam
investimentos e suas exportações aumentaram durante a guerra. O papel e outros
produtos cujas produções externa foram prejudicas pela guerra também receberam
investimentos.
7. O auge da
economia agrícola-exportadora e a expansão do investimento, 1919-1929: os níveis de
investimento se recuperaram e ficaram elevados em todo o período pós-guerra.
Novos programas de valorização do café impulsionados pela recessão
internacional no início da década de 1920, aliadas às políticas monetárias com
foco nos preços interno beneficiaram o crescimento anual da renda real e da
capacidade de importar. A década de 1920 é marcada por uma maior diversificação
dos investimentos. Neste período foi instalada a primeira fábrica de cimento e
cinco siderúrgicas. Aumentou a produção no setor de metalmecânica com
fabricação de máquinas agrícolas pesadas, algumas máquinas e equipamentos
industriais mais simples e etc. Aumentou o investimento na fábrica de papel.
Novas indústrias começaram a ser instaladas: de borracha, química, perfumaria e
farmacêutica.
economia agrícola-exportadora e a expansão do investimento, 1919-1929: os níveis de
investimento se recuperaram e ficaram elevados em todo o período pós-guerra.
Novos programas de valorização do café impulsionados pela recessão
internacional no início da década de 1920, aliadas às políticas monetárias com
foco nos preços interno beneficiaram o crescimento anual da renda real e da
capacidade de importar. A década de 1920 é marcada por uma maior diversificação
dos investimentos. Neste período foi instalada a primeira fábrica de cimento e
cinco siderúrgicas. Aumentou a produção no setor de metalmecânica com
fabricação de máquinas agrícolas pesadas, algumas máquinas e equipamentos
industriais mais simples e etc. Aumentou o investimento na fábrica de papel.
Novas indústrias começaram a ser instaladas: de borracha, química, perfumaria e
farmacêutica.
8.
O impacto da crise do café e da Grande Depressão sobre o investimento na
indústria de transformação, 1930-1932: os três primeiros anos depois após a
crise internacional marcou o crescimento brasileiro com taxas negativas. Apesar
de forte redução nos investimentos da indústria, dois setores registraram
investimentos no período: o de cimento e o de fios de raiom. Os efeitos da
Grande Depressão foram menores que os efeitos da Primeira Guerra Mundial,
observa Suzigan.
O impacto da crise do café e da Grande Depressão sobre o investimento na
indústria de transformação, 1930-1932: os três primeiros anos depois após a
crise internacional marcou o crescimento brasileiro com taxas negativas. Apesar
de forte redução nos investimentos da indústria, dois setores registraram
investimentos no período: o de cimento e o de fios de raiom. Os efeitos da
Grande Depressão foram menores que os efeitos da Primeira Guerra Mundial,
observa Suzigan.
9.A defesa do
café, a política econômica expansionista e o crescimento do investimento,
1933-1939:
a explicação para a rápida recuperação brasileira frente á crise internacional
passa pelas políticas anticíclicas de 1931 e as mudanças do comércio, com
depreciação cambial, aumento dos preços de importação e restrições de
importação. Políticas expansionistas mantiveram a renda interna e a protegeram
dos efeitos da crise. A depreciação cambial foi importante para reordenar a
demanda para os produtos fabricados internamente. Este foi o período que a produção
das indústrias que substituíam as importações aumentou substancialmente apesar
dos preços de importação desfavoráveis.
café, a política econômica expansionista e o crescimento do investimento,
1933-1939:
a explicação para a rápida recuperação brasileira frente á crise internacional
passa pelas políticas anticíclicas de 1931 e as mudanças do comércio, com
depreciação cambial, aumento dos preços de importação e restrições de
importação. Políticas expansionistas mantiveram a renda interna e a protegeram
dos efeitos da crise. A depreciação cambial foi importante para reordenar a
demanda para os produtos fabricados internamente. Este foi o período que a produção
das indústrias que substituíam as importações aumentou substancialmente apesar
dos preços de importação desfavoráveis.