TROTSKY, Leon (1906). Balanço e perspectivas. São Paulo,
Sundermann, 2011. Ou
http://glem-r.blogspot.com/2010/08/balanco-e-perspectivas-leon-trotski.html.
Sundermann, 2011. Ou
http://glem-r.blogspot.com/2010/08/balanco-e-perspectivas-leon-trotski.html.
Introdução
O
marxismo, desde há muito tempo tinha previsto que a revolução russa sairia
inevitavelmente do conflito entre o desenvolvimento do capitalismo e as forças
do absolutismo ossificado. Chamando a esta revolução uma revolução burguesa, o
marxismo sublinhou que as tarefas objetivas imediatas da revolução consistiam
em criar “condições normais para o
desenvolvimento da sociedade burguesa tomada como um todo“.
marxismo, desde há muito tempo tinha previsto que a revolução russa sairia
inevitavelmente do conflito entre o desenvolvimento do capitalismo e as forças
do absolutismo ossificado. Chamando a esta revolução uma revolução burguesa, o
marxismo sublinhou que as tarefas objetivas imediatas da revolução consistiam
em criar “condições normais para o
desenvolvimento da sociedade burguesa tomada como um todo“.
Capítulo I: Particularidades do
desenvolvimento histórico da Rússia
desenvolvimento histórico da Rússia
Se
compararmos o desenvolvimento social da Rússia com o dos outros países da
Europa (…) poderemos dizer que a principal característica do desenvolvimento
social da Rússia são a lentidão e o seu caráter primitivo.
compararmos o desenvolvimento social da Rússia com o dos outros países da
Europa (…) poderemos dizer que a principal característica do desenvolvimento
social da Rússia são a lentidão e o seu caráter primitivo.
Não
insistiremos aqui nas causas naturais deste caráter primitivo, mas o fato, em
si, é indubitável: a vida social russa edificou-se sobre as mais pobres e as
mais primitivas bases econômicas. [materialismo histórico de Marx – importância
do estudo da história para compreensão da atualidade]
insistiremos aqui nas causas naturais deste caráter primitivo, mas o fato, em
si, é indubitável: a vida social russa edificou-se sobre as mais pobres e as
mais primitivas bases econômicas. [materialismo histórico de Marx – importância
do estudo da história para compreensão da atualidade]
O
marxismo ensina que o desenvolvimento das forças produtivas determina o
processo histórico-social. A diferenciação em classes e em estados,
que é determinada pelo desenvolvimento da divisão do trabalho e pela
criação de funções sociais mais especializadas, supõe que a parte da
população que é empregada na produção material imediata produz um sobreproduto
com relação ao que consome; é só apropriando-se deste sobreproduto que podem
elevar-se e tomar forma as classes não-produtoras. Além disso, a divisão do
trabalho entre as classes produtoras só é possível quando a agricultura atinge
um grau de desenvolvimento suficiente para poder assegurar o abastecimento em
produtos agrícolas da população não agrícola. Estas proposições fundamentais do
desenvolvimento social tinham já sido formuladas claramente por Adam Smith.
marxismo ensina que o desenvolvimento das forças produtivas determina o
processo histórico-social. A diferenciação em classes e em estados,
que é determinada pelo desenvolvimento da divisão do trabalho e pela
criação de funções sociais mais especializadas, supõe que a parte da
população que é empregada na produção material imediata produz um sobreproduto
com relação ao que consome; é só apropriando-se deste sobreproduto que podem
elevar-se e tomar forma as classes não-produtoras. Além disso, a divisão do
trabalho entre as classes produtoras só é possível quando a agricultura atinge
um grau de desenvolvimento suficiente para poder assegurar o abastecimento em
produtos agrícolas da população não agrícola. Estas proposições fundamentais do
desenvolvimento social tinham já sido formuladas claramente por Adam Smith.
A
vida social russa, edificada sobre determinados fundamentos econômicos
internos, não deixou de sofrer a influência e mesmo a pressão do meio exterior
histórico-social.
vida social russa, edificada sobre determinados fundamentos econômicos
internos, não deixou de sofrer a influência e mesmo a pressão do meio exterior
histórico-social.
Quando
esta organização social e estatal, no decurso da sua formação, entrou em
conflito com outras organizações vizinhas, o caráter primitivo das relações
econômicas e o desenvolvimento comparativamente elevado dos seus adversários
tomou um papel decisivo no processo que daí resultou. O Estado russo, nascido
sobre uma base econômica primitiva, entrou em relações e em conflito com
organizações estatais construídas sobre fundamentos mais elevados e mais
estáveis.
esta organização social e estatal, no decurso da sua formação, entrou em
conflito com outras organizações vizinhas, o caráter primitivo das relações
econômicas e o desenvolvimento comparativamente elevado dos seus adversários
tomou um papel decisivo no processo que daí resultou. O Estado russo, nascido
sobre uma base econômica primitiva, entrou em relações e em conflito com
organizações estatais construídas sobre fundamentos mais elevados e mais
estáveis.
[Frente
a essa situação] ou o Estado russo sucumbiria nesta luta ou a elas se juntaria
no desenvolvimento das relações econômicas, e absorveria muito mais forças
vitais do que se tivesse ficado isolado. [Ao escolher a segunda opção] o Estado
não se afundou, mas começou a crescer sob a terrível pressão das forças
econômicas.
a essa situação] ou o Estado russo sucumbiria nesta luta ou a elas se juntaria
no desenvolvimento das relações econômicas, e absorveria muito mais forças
vitais do que se tivesse ficado isolado. [Ao escolher a segunda opção] o Estado
não se afundou, mas começou a crescer sob a terrível pressão das forças
econômicas.
Foi
um processo fundamentalmente idêntico que se desenrolou na Rússia. O Estado
esforçou-se por utilizar o desenvolvimento dos grupos econômicos a fim de o
subordinar aos seus próprios interesses especializados, financeiros e
militares. Os grupos econômicos, dominantes, por seu lado, esforçavam-se, ao
longo do seu desenvolvimento, por utilizar o Estado para consolidar as suas
vantagens sob a forma de privilégios de estados. (…) Era pois natural que,
sob a influência e a pressão do meio ocidental mais diferenciado, pressão
transmitida pela organização militar-estatal, o Estado, por sua vez, se
esforçasse por acelerar o desenvolvimento da diferenciação social sobre
fundamentos econômicos primitivos.
um processo fundamentalmente idêntico que se desenrolou na Rússia. O Estado
esforçou-se por utilizar o desenvolvimento dos grupos econômicos a fim de o
subordinar aos seus próprios interesses especializados, financeiros e
militares. Os grupos econômicos, dominantes, por seu lado, esforçavam-se, ao
longo do seu desenvolvimento, por utilizar o Estado para consolidar as suas
vantagens sob a forma de privilégios de estados. (…) Era pois natural que,
sob a influência e a pressão do meio ocidental mais diferenciado, pressão
transmitida pela organização militar-estatal, o Estado, por sua vez, se
esforçasse por acelerar o desenvolvimento da diferenciação social sobre
fundamentos econômicos primitivos.
A
resultante deste jogo das forças sociais foi bastante mais favorável ao poder
de Estado, do que na Europa ocidental. A troca de serviços, à custa das massas
trabalhadoras, entre o poder de Estado e os grupos sociais superiores,
que encontra a sua expressão na distribuição dos direitos e das obrigações, dos
encargos e dos privilégios, era, na Rússia, menos vantajosa para a nobreza e
para o clero do que nas monarquias medievais européias.
resultante deste jogo das forças sociais foi bastante mais favorável ao poder
de Estado, do que na Europa ocidental. A troca de serviços, à custa das massas
trabalhadoras, entre o poder de Estado e os grupos sociais superiores,
que encontra a sua expressão na distribuição dos direitos e das obrigações, dos
encargos e dos privilégios, era, na Rússia, menos vantajosa para a nobreza e
para o clero do que nas monarquias medievais européias.
Na
Rússia, pelo contrário, foi o Estado que criou os “estados” no seu
próprio interesse.
Rússia, pelo contrário, foi o Estado que criou os “estados” no seu
próprio interesse.
O
poder de Estado só pode apoiar, com todos os seus recursos, o processo
econômico elementar que dá origem a formações econômicas mais elevadas.
poder de Estado só pode apoiar, com todos os seus recursos, o processo
econômico elementar que dá origem a formações econômicas mais elevadas.
A
partir de um certo momento, sobretudo desde o fim do século XVII, o Estado
procura por todos os meios acelerar a evolução econômica natural. Novos ramos
do artesanato, máquinas e atelieres, produção em grande escala, capital,
parecem ser de algum modo enxertos artificiais na árvore da economia natural. O capitalismo aparece como criado pelo
Estado.
partir de um certo momento, sobretudo desde o fim do século XVII, o Estado
procura por todos os meios acelerar a evolução econômica natural. Novos ramos
do artesanato, máquinas e atelieres, produção em grande escala, capital,
parecem ser de algum modo enxertos artificiais na árvore da economia natural. O capitalismo aparece como criado pelo
Estado.
Deste ponto de vista, poder-se-á
mesmo dizer que toda a economia russa é uma criação artificial do Estado, que
ela foi enxertada artificialmente na árvore natural da ignorância nacional.
mesmo dizer que toda a economia russa é uma criação artificial do Estado, que
ela foi enxertada artificialmente na árvore natural da ignorância nacional.
Foi
por intermédio do Estado que as economias ocidentais influenciaram a economia
russa. A fim de poder sobreviver no meio de países hostis e melhor armados, a
Rússia viu-se constrangida a construir fábricas, a organizar escolas navais, a
editar manuais sobre a arte das fortificações, etc. Mas se o curso geral da
economia interna deste imenso país não tivesse sido nesta direção, se o
desenvolvimento das condições econômicas não tivesse criado a necessidade da
ciência pura e aplicada, todos os esforços do Estado teriam sido vãos. A economia nacional que, pelo seu
próprio movimento, tendia a transformar-se, não respondia senão a medidas governamentais que correspondiam às
suas próprias tendências, e só na medida
em que elas lhes correspondiam.
por intermédio do Estado que as economias ocidentais influenciaram a economia
russa. A fim de poder sobreviver no meio de países hostis e melhor armados, a
Rússia viu-se constrangida a construir fábricas, a organizar escolas navais, a
editar manuais sobre a arte das fortificações, etc. Mas se o curso geral da
economia interna deste imenso país não tivesse sido nesta direção, se o
desenvolvimento das condições econômicas não tivesse criado a necessidade da
ciência pura e aplicada, todos os esforços do Estado teriam sido vãos. A economia nacional que, pelo seu
próprio movimento, tendia a transformar-se, não respondia senão a medidas governamentais que correspondiam às
suas próprias tendências, e só na medida
em que elas lhes correspondiam.
“A
maior parte dos ramos industriais (metalurgia, refinarias de açúcar, petróleo,
destilarias, a própria indústria têxtil), escreve o professor. Mendéléev,
nasceu sob a influência direta de medidas governamentais, por vezes mesmo com a
ajuda de importantes subsídios do governo, mas sobretudo graças ao fato de o governo adotar sempre, conscientemente,
uma política protecionista. Sob o
reinado de Alexandre, o governo inscreveu abertamente esta política na sua
bandeira”.
maior parte dos ramos industriais (metalurgia, refinarias de açúcar, petróleo,
destilarias, a própria indústria têxtil), escreve o professor. Mendéléev,
nasceu sob a influência direta de medidas governamentais, por vezes mesmo com a
ajuda de importantes subsídios do governo, mas sobretudo graças ao fato de o governo adotar sempre, conscientemente,
uma política protecionista. Sob o
reinado de Alexandre, o governo inscreveu abertamente esta política na sua
bandeira”.
O
douto panegirista do protecionismo industrial esquece-se de acrescentar que a
política do governo não era de maneira nenhuma guiada pela preocupação de
desenvolver as forças da indústria, mas por considerações fiscais e, por outro
lado, militares e técnicas. Foi por isto que a política protecionista se
encontrou bastantes vezes em oposição não só com os interesses fundamentais do
desenvolvimento industrial, mas também com os interesses privados dos vários
grupos de homens de negócios.
douto panegirista do protecionismo industrial esquece-se de acrescentar que a
política do governo não era de maneira nenhuma guiada pela preocupação de
desenvolver as forças da indústria, mas por considerações fiscais e, por outro
lado, militares e técnicas. Foi por isto que a política protecionista se
encontrou bastantes vezes em oposição não só com os interesses fundamentais do
desenvolvimento industrial, mas também com os interesses privados dos vários
grupos de homens de negócios.
Telégrafo: deu confiança aos atos da
administração e assegurou uma uniformidade relativa e rapidez na execução das
suas decisões (em matéria de repressão).
administração e assegurou uma uniformidade relativa e rapidez na execução das
suas decisões (em matéria de repressão).
Os caminhos de ferro: permitiam à autocracia
transportar rapidamente as suas forças armadas de um extremo ao outro do
país. Os governos da Europa pré-revolucionária não conheceram o caminho de
ferro nem o telégrafo [ou seja, não se desenvolveram com a mesma tecnologia que
a Russia dispunha naquela época. É claro neste ponto o caráter bélico das
ferrovias e não um caráter mais “desenvolvimentista”]
transportar rapidamente as suas forças armadas de um extremo ao outro do
país. Os governos da Europa pré-revolucionária não conheceram o caminho de
ferro nem o telégrafo [ou seja, não se desenvolveram com a mesma tecnologia que
a Russia dispunha naquela época. É claro neste ponto o caráter bélico das
ferrovias e não um caráter mais “desenvolvimentista”]
Submetendo o país a uma extrema exploração através dos seus
aparelhos militar e fiscal, o governo elevou o montante do seu orçamento
anual até ao enorme número de dois mil milhões de rublos. Sustentado pelo
seu exército e pelo orçamento, o governo da autocracia fez da Bolsa européia o
seu ministro das finanças, de tal maneira que o contribuinte russo se tornou o
seu tributário sem esperança. Foi nestas condições que, nos dois últimos
decênios do Século. XIX, o governo russo pôde aparecer ao mundo como uma
organização colossal, militar, burocrática, fiscal e bolseira, com um poder
invencível. (? Não entendi a jogada russa)
aparelhos militar e fiscal, o governo elevou o montante do seu orçamento
anual até ao enorme número de dois mil milhões de rublos. Sustentado pelo
seu exército e pelo orçamento, o governo da autocracia fez da Bolsa européia o
seu ministro das finanças, de tal maneira que o contribuinte russo se tornou o
seu tributário sem esperança. Foi nestas condições que, nos dois últimos
decênios do Século. XIX, o governo russo pôde aparecer ao mundo como uma
organização colossal, militar, burocrática, fiscal e bolseira, com um poder
invencível. (? Não entendi a jogada russa)
Quanto mais um governo é
centralizado, tanto mais é independente da sociedade e mais cedo se torna uma
organização autocrática, colocada acima da sociedade. Quanto mais vastos são os
recursos financeiros e militares de uma tal organização, mais tempo e mais
frutuosamente pode continuar a sua luta pela existência.
centralizado, tanto mais é independente da sociedade e mais cedo se torna uma
organização autocrática, colocada acima da sociedade. Quanto mais vastos são os
recursos financeiros e militares de uma tal organização, mais tempo e mais
frutuosamente pode continuar a sua luta pela existência.
Quanto
mais tempo se mantinha um tal estado de coisas, maior se tornava a contradição
entre as necessidades do desenvolvimento econômico e cultural e a política do
governo, cuja inércia tinha atingido o máximo. A situação só oferecia à
sociedade uma única saída para as contradições existentes: a acumulação, na
caldeira do absolutismo, de uma quantidade suficiente de vapor para a fazer
explodir. (…) a revolução estaria destinada desde a origem, a tomar um
caráter tanto mais radical quanto mais profundo era o abismo que separava o
absolutismo da nação. O marxismo russo pode sentir-se orgulhoso por ter sido o
único a explicar a direção deste desenvolvimento e a predizer as suas formas
gerais, enquanto os liberais se moviam no “praticismo” mais utópico e
os narodniki revolucionários viviam de fantasmagorias e acreditavam em
milagres. Todo o desenvolvimento social anterior tornava a revolução
inevitável.
mais tempo se mantinha um tal estado de coisas, maior se tornava a contradição
entre as necessidades do desenvolvimento econômico e cultural e a política do
governo, cuja inércia tinha atingido o máximo. A situação só oferecia à
sociedade uma única saída para as contradições existentes: a acumulação, na
caldeira do absolutismo, de uma quantidade suficiente de vapor para a fazer
explodir. (…) a revolução estaria destinada desde a origem, a tomar um
caráter tanto mais radical quanto mais profundo era o abismo que separava o
absolutismo da nação. O marxismo russo pode sentir-se orgulhoso por ter sido o
único a explicar a direção deste desenvolvimento e a predizer as suas formas
gerais, enquanto os liberais se moviam no “praticismo” mais utópico e
os narodniki revolucionários viviam de fantasmagorias e acreditavam em
milagres. Todo o desenvolvimento social anterior tornava a revolução
inevitável.
A
revolução é uma prova de força aberta entre as forças sociais em luta pelo
poder. O Estado não é um fim em si, é unicamente uma máquina nas mãos das
forças sociais dominantes. Como qualquer máquina, tem os seus mecanismos: um
mecanismo motor, um mecanismo de transmissão e um mecanismo de execução. A
força motriz do Estado é o interesse da classe; o mecanismo motor é a agitação,
a imprensa, a propaganda pela Igreja e pela Escola, os partidos, os comícios na
rua, as petições e as revoltas; o mecanismo de transmissão é a organização
legislativa dos interesses de casta, de dinastia, de estado ou de classe, que
se apresentam como a vontade de Deus (absolutismo) ou a vontade da nação
(parlamentarismo); finalmente, o mecanismo executivo é a administração com a
sua política, os tribunais com as suas prisões, e o exército.
revolução é uma prova de força aberta entre as forças sociais em luta pelo
poder. O Estado não é um fim em si, é unicamente uma máquina nas mãos das
forças sociais dominantes. Como qualquer máquina, tem os seus mecanismos: um
mecanismo motor, um mecanismo de transmissão e um mecanismo de execução. A
força motriz do Estado é o interesse da classe; o mecanismo motor é a agitação,
a imprensa, a propaganda pela Igreja e pela Escola, os partidos, os comícios na
rua, as petições e as revoltas; o mecanismo de transmissão é a organização
legislativa dos interesses de casta, de dinastia, de estado ou de classe, que
se apresentam como a vontade de Deus (absolutismo) ou a vontade da nação
(parlamentarismo); finalmente, o mecanismo executivo é a administração com a
sua política, os tribunais com as suas prisões, e o exército.
Capítulo IV: A revolução e o
proletariado
proletariado
O Estado não é um fim em si, mas
um meio extremamente poderoso de organizar, de desorganizar e de reorganizar as
relações sociais.
Consoante quem o controla, pode ser uma poderosa alavanca para a revolução, ou
um instrumento de que se serve o governo para organizar a estagnação.
um meio extremamente poderoso de organizar, de desorganizar e de reorganizar as
relações sociais.
Consoante quem o controla, pode ser uma poderosa alavanca para a revolução, ou
um instrumento de que se serve o governo para organizar a estagnação.
Qualquer
partido político digno deste nome luta para conquistar o poder político e
colocar assim o Estado ao serviço da classe cujos interesses exprime. A
social-democracia, partido do proletariado, luta naturalmente pela dominação
política da classe operária.
partido político digno deste nome luta para conquistar o poder político e
colocar assim o Estado ao serviço da classe cujos interesses exprime. A
social-democracia, partido do proletariado, luta naturalmente pela dominação
política da classe operária.
O proletariado cresce e
reforça-se com o crescimento do capitalismo. Neste sentido, o desenvolvimento do capitalismo é
também o desenvolvimento do proletariado no sentido da sua ditadura. Mas o dia
e a hora em que o poder passará para as mãos da classe operária dependem
diretamente, não do nível atingido pelas forças produtivas, mas das relações na
luta de classes, da situação internacional e de um certo número de fatores
subjetivos: tradições, iniciativa, combatividade dos operários.
reforça-se com o crescimento do capitalismo. Neste sentido, o desenvolvimento do capitalismo é
também o desenvolvimento do proletariado no sentido da sua ditadura. Mas o dia
e a hora em que o poder passará para as mãos da classe operária dependem
diretamente, não do nível atingido pelas forças produtivas, mas das relações na
luta de classes, da situação internacional e de um certo número de fatores
subjetivos: tradições, iniciativa, combatividade dos operários.
É
possível que os operários conquistem o poder num país economicamente atrasado
antes de o conquistarem num país avançado. Em 1871, os operários tomaram
deliberadamente o poder na cidade pequeno-burguesa de Paris; só por dois meses,
é verdade, mas, nos centros ingleses ou americanos do grande capitalismo, os
trabalhadores nunca tiveram o poder, mesmo por uma hora, nas suas mãos.
Imaginar que a ditadura do proletariado depende, de algum modo automaticamente,
do desenvolvimento e dos recursos técnicos de um país, é tirar uma conclusão
falsa de um materialismo “econômico” simplificado até ao absurdo.
Este ponto de vista nada tem a ver com o marxismo.
possível que os operários conquistem o poder num país economicamente atrasado
antes de o conquistarem num país avançado. Em 1871, os operários tomaram
deliberadamente o poder na cidade pequeno-burguesa de Paris; só por dois meses,
é verdade, mas, nos centros ingleses ou americanos do grande capitalismo, os
trabalhadores nunca tiveram o poder, mesmo por uma hora, nas suas mãos.
Imaginar que a ditadura do proletariado depende, de algum modo automaticamente,
do desenvolvimento e dos recursos técnicos de um país, é tirar uma conclusão
falsa de um materialismo “econômico” simplificado até ao absurdo.
Este ponto de vista nada tem a ver com o marxismo.
Na
nossa opinião, a revolução russa criará condições favoráveis à passagem do poder
para as mãos dos operários – e, se a revolução prevalecer, é o que se realizará
com efeito – antes que os políticos do liberalismo burguês tenham tido a
possibilidade de poder mostrar plenamente a prova do seu talento para governar.
nossa opinião, a revolução russa criará condições favoráveis à passagem do poder
para as mãos dos operários – e, se a revolução prevalecer, é o que se realizará
com efeito – antes que os políticos do liberalismo burguês tenham tido a
possibilidade de poder mostrar plenamente a prova do seu talento para governar.