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“Natureza e implicações da ´heterogeneidade estrutural’ na América Latina”

PINTO, Aníbal (1970) “Natureza e implicações da
´heterogeneidade estrutural’ na América Latina”. In: BIELSCHOWSKY, Ricardo. (org.)
Cinquenta anos de pensamento na CEPAL. vol. II. Rio de Janeiro,
Cofecon-Cepal; Record, 2000
  pp. 569-588.
O grau de
subdesenvolvimento depende da matéria prima exportada, do grau de autonomia do
Estado e da presença da economia tradicional.
A substituição de
importações era o caminho acreditado para o desenvolvimento das economias
subdesenvolvidas, porém a poupança é gasta com bens de consumo duráveis que é
consumido por uma classe pequena e desvirtua todo o caminho.
A heterogeneidade
estrutural vai se multiplicando ao longo da industrialização. Um dos fatores
que contribuem para isso é a distribuição de renda agravada pelo desemprego
estrutural gerado pela inadequação tecnológica.
Outro fator é a
divisão da sociedade em camadas. A mesma relação que distingue o centro da periferia
pela produtividade marca as divisões internas entre centros industriais e
periferias. O centro tende a concentrar os excedentes e os investimentos e sua
produtividade maior também gera uma deterioração dos termos de troca
internamente nessa economia. Neste cenário, a heterogeneidade estrutural
distancia ainda mais o centro e a periferia internas; e os centros da periferia
concentram os investimentos externos, canalizam as divisas e fazem investimentos
desse mesmo centro; além de se aproximarem dos centros internacionais.
Porque o projeto
de substituição de importações falhou?
– Primeiro porque
a natureza da dependência econômica e tecnológica mudam e mudam rápido. A
tecnologia fica obsoleta muito rápido e muda também as dependências financeiras
e culturais também (por cultura entende-se o consumo);
– O segundo
motivo se deve ao ritmo dos ciclos econômicos que impedem que os
desenvolvimentos se tornem autossustentados principalmente porque ele é feito
aos saltos; além do que não se tem todos os departamentos desenvolvidos.
– Grandes
segmentos da população, da estrutura produtiva e do espaço econômico foram
marginalizados, em caráter absoluto ou substancial, do avanço registrado no “polo
moderno”;
– Essa
diferenciação e marginalização daqueles não ligados ao polo moderno se acentua;

“Em suma, a
capacidade de irradiação ou impulsionamento do ‘setor moderno’ revelou-se, para
dizer o mínimo, muito menor do que a esperada. Assim sendo, mais do que um
progresso para a ‘homogeneização’ da estrutura global, perfila-se um
aprofundamento de sua heterogeneidade” (p. 575)

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