VILLELA,
A. V. e SUZIGAN, W. (1973). Política do
governo e crescimento da economia brasileira – 1889-1945. 3ª ed. Brasília:
IPEA, 2001. Cap. 06, Item 6.3.1 “Mudanças estruturais” e 6.5 “Produção
industrial”
A. V. e SUZIGAN, W. (1973). Política do
governo e crescimento da economia brasileira – 1889-1945. 3ª ed. Brasília:
IPEA, 2001. Cap. 06, Item 6.3.1 “Mudanças estruturais” e 6.5 “Produção
industrial”
6.3
Produção agrícola
Produção agrícola
6.3.1
Mudanças estruturais: predomínio da agricultura para o mercado interno
Mudanças estruturais: predomínio da agricultura para o mercado interno
Os autores mostram, por meio de dados
dos valores das principais culturas, das áreas cultivadas dos principais
produtos brasileiros e as taxas anuais de crescimento da produção agrícola no
país que, a partir da crise de 1929, o setor agrícola sofreu fortes
modificações. Além da queda nos preços do café, houve duas importantes
mudanças. A primeira é o crescimento da importância do algodão na pauta
exportadora entre 1925 e 1943. A variação do valor da produção de algodão entre
esses dois extremos foi de mais de 200% enquanto a do café houve decréscimo de
66%. A segunda foi o aumento “extraordinário” na importância da produção para o
mercado interno. Essa produção passou a representar 58% do valor da produção
das lavouras.
dos valores das principais culturas, das áreas cultivadas dos principais
produtos brasileiros e as taxas anuais de crescimento da produção agrícola no
país que, a partir da crise de 1929, o setor agrícola sofreu fortes
modificações. Além da queda nos preços do café, houve duas importantes
mudanças. A primeira é o crescimento da importância do algodão na pauta
exportadora entre 1925 e 1943. A variação do valor da produção de algodão entre
esses dois extremos foi de mais de 200% enquanto a do café houve decréscimo de
66%. A segunda foi o aumento “extraordinário” na importância da produção para o
mercado interno. Essa produção passou a representar 58% do valor da produção
das lavouras.
6.5
Produção industrial
Produção industrial
Enquanto o café passava por um momento
difícil com os preços internacionais, a produção industrial foi beneficiada
pela situação do comércio exterior após a crise de 1929. As desvalorizações
cambiais provocaram uma proteção à indústria nacional. A indústria de tecidos nacional,
por exemplo, teve aumento da demanda por conta das dificuldades com o comércio
internacional, além de ter sido beneficiada de uma capacidade ociosa acumulada
durante os anos anteriores à crise. Além desse setor, a produção industrial
como um todo cresceu entre 1930 e 1939: 70% das indústrias existentes de 1940
foram fundadas depois de 1930; a participação da indústria na produção nacional
aumentou de 21%, em 1919, para 43%, em 1939; e a taxa média anual de
crescimento no decênio 1929-1939 foi de 8,4% – sendo que a taxa foi de 1% entre
1929-1933 e de 11,2% até o último ano do período –, enquanto a agricultura
registrou 2,2%.
difícil com os preços internacionais, a produção industrial foi beneficiada
pela situação do comércio exterior após a crise de 1929. As desvalorizações
cambiais provocaram uma proteção à indústria nacional. A indústria de tecidos nacional,
por exemplo, teve aumento da demanda por conta das dificuldades com o comércio
internacional, além de ter sido beneficiada de uma capacidade ociosa acumulada
durante os anos anteriores à crise. Além desse setor, a produção industrial
como um todo cresceu entre 1930 e 1939: 70% das indústrias existentes de 1940
foram fundadas depois de 1930; a participação da indústria na produção nacional
aumentou de 21%, em 1919, para 43%, em 1939; e a taxa média anual de
crescimento no decênio 1929-1939 foi de 8,4% – sendo que a taxa foi de 1% entre
1929-1933 e de 11,2% até o último ano do período –, enquanto a agricultura
registrou 2,2%.
Ressalta-se que esse crescimento foi
dado mesmo com a proibição de importações de novas máquinas. A indústria têxtil
paulista, por exemplo, chegou em 1940 com uma parcela de 51,2% da produção
nacional de tecidos, mas em 1936 os teares eram os mesmos de 1927. Essa
situação prejudicava a competitividade do produto nacional com o estrangeiro,
deteriorava os termos de troca e gerava preços elevados por conta dos altos
custos. Só com a II Guerra Mundial que o país conseguiu exportar mais tecidos
devido à disposição dos comércio internacional em pagar os preços elevados
brasileiros num cenário de escassez de ofertas.
dado mesmo com a proibição de importações de novas máquinas. A indústria têxtil
paulista, por exemplo, chegou em 1940 com uma parcela de 51,2% da produção
nacional de tecidos, mas em 1936 os teares eram os mesmos de 1927. Essa
situação prejudicava a competitividade do produto nacional com o estrangeiro,
deteriorava os termos de troca e gerava preços elevados por conta dos altos
custos. Só com a II Guerra Mundial que o país conseguiu exportar mais tecidos
devido à disposição dos comércio internacional em pagar os preços elevados
brasileiros num cenário de escassez de ofertas.
“É importante lembrar que a
industrialização dos anos trinta ocorreu apesar das condições adversas do
comércio exterior, principalmente do baixo nível das relações de troca durante
esses anos, o que limitou severamente a capacidade de importar, de vez que as
entradas de capitais foram inexpressivas. Como a indústria de equipamentos
estava em sua infância, a capacidade de importar era crucial para a
continuidade do processo de desenvolvimento” (p. 219)
industrialização dos anos trinta ocorreu apesar das condições adversas do
comércio exterior, principalmente do baixo nível das relações de troca durante
esses anos, o que limitou severamente a capacidade de importar, de vez que as
entradas de capitais foram inexpressivas. Como a indústria de equipamentos
estava em sua infância, a capacidade de importar era crucial para a
continuidade do processo de desenvolvimento” (p. 219)
Grande parte do capital fixo da
indústria brasileira havia sido importado na década de 1920. Nessa época foram
importadas grande parte dos equipamentos da indústria têxtil e foi também um
período da implantação das indústrias de cimento e aço que possibilitaram a
expansão das ferrovias e da capacidade instalada para distribuição de energia
elétrica no país. Mesmo com limitações às importações de máquinas, a maturação
desses investimentos permitiu um aumento contínuo da produção das indústrias
básicas que sustentaram um desenvolvimento industrial mais extenso e firme,
como alegam os autores.
indústria brasileira havia sido importado na década de 1920. Nessa época foram
importadas grande parte dos equipamentos da indústria têxtil e foi também um
período da implantação das indústrias de cimento e aço que possibilitaram a
expansão das ferrovias e da capacidade instalada para distribuição de energia
elétrica no país. Mesmo com limitações às importações de máquinas, a maturação
desses investimentos permitiu um aumento contínuo da produção das indústrias
básicas que sustentaram um desenvolvimento industrial mais extenso e firme,
como alegam os autores.
Sendo assim, a equação que possibilitou
o crescimento da indústria entre 1933 e 1939 se deu na soma de três fatores: a
política cambial que estimulou a substituição de importações; a utilização da
capacidade ociosa da indústria básica implantada na década anterior; e o
estímulo do Governo via criação de Carteira de Crédito Agrícola e Industrial no
Banco do Brasil. Frente a estes estímulos, a indústria de 1939 já mostrava
algumas diferenças em relação a 1919: a indústria básica (exceto a de cimento)
duplicou a participação no valor adicionado da indústria; as indústrias
tradicionais perdeu 12 pontos percentuais na sua participação no valor
adicionado da indústria, mas ainda registrava 60% deles; e a indústria química
e farmacêutica triplicou a participação no período.
o crescimento da indústria entre 1933 e 1939 se deu na soma de três fatores: a
política cambial que estimulou a substituição de importações; a utilização da
capacidade ociosa da indústria básica implantada na década anterior; e o
estímulo do Governo via criação de Carteira de Crédito Agrícola e Industrial no
Banco do Brasil. Frente a estes estímulos, a indústria de 1939 já mostrava
algumas diferenças em relação a 1919: a indústria básica (exceto a de cimento)
duplicou a participação no valor adicionado da indústria; as indústrias
tradicionais perdeu 12 pontos percentuais na sua participação no valor
adicionado da indústria, mas ainda registrava 60% deles; e a indústria química
e farmacêutica triplicou a participação no período.